sexta-feira, abril 28, 2006


Sei que meu espaço anda desatualizado, mas é que meu tempo tem sido curto para tantas coisas.
Hoje deixarei para vocês este belo poema da Cecília Meireles, trata sobre timidez, uma coisa difícil de lidar para quem tem e não sabe como lidar com ela.
Espero que perdoem minha ausência, posso demorar, mas sempre volto!!!
Timidez
Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
- mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares e une as terras mais distantes...
- palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
- que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
- e um dia me acabarei.

terça-feira, abril 25, 2006

A correria tomou conta da minha vida, o relógio é meu inimigo e o meu corpo só pede cama, mas estou muito feliz, parece que as coisas estão tomando um rumo favorável.
é seguindo que não se perde o caminho.
e eu vou indo e deixando aqui alguns rascunhos de pensamento.

quarta-feira, abril 19, 2006


É cada dia mais díficil acreditar nas notícias que ouvimos, são cada vez mais surreais, só que parecerem fragmentos de pesadelos e não de sonhos.
Às vezes escuto esbabacada e a única coisa que consigo pensar é: Como isso pode ser possível??
São políticos sem escrúpulos, assassinos sem punição...etc...
É complicado ser honesto numa sociedade que mostra que cada vez mais isso não compensa, mas não quero desistir de ser, este é meu objetivo, mostrar que apesar de tudo ainda compensa ser honesto.
Não quero continuar sendo um palhaço do circo sem futuro....

quinta-feira, abril 13, 2006

Vou deixar para vocês um poema muito interessante de Elisa Lucinda que nasceu em Vitória, Espírito Santo no dia 2 de fevereiro de 1958 além de poeta é escritora, jornalista e atriz.

Aviso da Lua que Menstrua
Elisa Lucinda
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas: cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço às vezes parece erva,
parece hera cuidado com essa gente que gera essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia
Barriga cresce, explode humanidades e ainda volta pro lugar
que é o mesmo lugar
mas é outro lugar,
aí é que está: cada palavra dita,
antes de dizer, homem, reflita...
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado ou sem os devidos cortejos...
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta" a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente diante da própria serpente.
Ela é uma cobra de avental.
Não despreze a meditação doméstica.
É da poeira do cotidiano que a mulher extrai filosofia
cozinhando, costurando
e você chega com a mão no bolso julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe: VACA é sua mãe.
De leite. Vaca e galinha... ora, não ofende.
Enaltece, elogia: comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite pensando que está agredindo que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!

segunda-feira, abril 10, 2006


Entre o nada podemos viver na eternidade da internet.
Vocês já pensaram em quantas pessoas que estão eternizadas ou podem ficar eternizadas pela internet?
Sei que é um assunto mórbido, porém real.
As informações voam cada vez em uma velocidade maior, temos acesso a blogs, flogs, orkut.
A qualquer momento algo pode nos acontecer e tudo ficar para trás, hoje me dei conta disso, não somos eternos, mas a internet pode se tornar nossa pedra filosofal.
Seus pensamentos, fotos e perfil podem ficar para sempre registrados no mundo virtual.
Que coisa maluca? O mundo gira e ficamos parados no tempo.

sexta-feira, abril 07, 2006



Sou bastante observadora, às vezes me pego observando cenas, ou detalhes como se fosse a primeira vez, é incrível perceber coisas novas numa paisagem cotidiana, ver algo que sempre esteve lá e nunca tinha sido visto.
Uma árvore, uma situação, parece um pouco louco, mas gosto de procurar tranquilidade no silêncio, gosto de fugir do mundo buscando a imaginação e o pensamento livre, é uma forma de ver a vida de uma forma mais leve e não ficar centrada apenas nos meus problemas.
Muitas vezes posso parecer a pessoa mais pessimista do mundo e outras a mais otimista, sou confusa eu confesso, mas qual pessoa não é? Como entender o ser humano ?

terça-feira, abril 04, 2006

Falar sobre todas as coisas do mundo, todos os maus do mundo e mesmo assim continuar falando sobre nada, assim a vida segue com suas mazelas e confusões.
Às vezes entro em crise e me sinto angustiada, tenho a sensação de remar contra a maré e isso cansa muito, a pior sensação é aquela de querer, lutar e não conseguir.
Mas, vamos seguindo, a minha hora vai chegar.....

Deixo aqui esta bela composição interpretada por Elis Regina:

Vecchio Novo
Elis Regina
Composição: Claudio Nucci/Jose Claudio Pereira

Amor sem pé, nem cabeça
Que vive dentro de nós
Explode tão facilmente
E sem mais nos esquece sós
Quantos e tantos presságios
Que por instantes nos faz
Sentir-se forte e moleque
E estranhamente encarar
Um belo poema novo
Vecchio de tanto amor, amar
Vecchio, encanto novo
Sempre aqui onde está
Ah! Se eu pudesse abarcar
A força d´alma vadia
Como um costume leal
Eu até que não brincaria
Como um poema novo
Vecchio de tanto amor, amar
Vecchio, encanto novo
Sempre aqui onde está
Amor sem pé, nem cabeça
Que vive dentro de nós
Explode tão sutilmente
E maroto nos deixa sós, sós