sexta-feira, julho 28, 2006


Ultimamente a coisas andam de uma maneira plácida...
O mar está calmo e de navegação tranquila, pelo menoes consegui tempo para aprender a tricotar e ler um bom livro, coisas que não achava tempo para fazer.
Esta semana comecei a ler "Amar, verbo intransitivo" do escritor modernista brasileiro Mário de Andrade, o enredo trata sobre um senhor burguês que contrata uma governanta alemã para ensinar a arte do amor ao seu filho mais velho. Daí começamos a postular perguntas sobre o que seria o amor? Como alguém ganha a vida ensinando-o?
Porém estas são perguntas superficiais sobre a obra que aprofundasse bem mais isso.
Deixo para vocês um soneto do escritor, para instigar a curiosidade de conhecer sua obra.

Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.

Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições.
O encanto Que nasce das adorações serenas.

Nenhum comentário: